21 de ago. de 2011

Soneto do Chico


Ser forte não é apenas superar obstáculos.
É vencê-los, rindo.
Comparando o eficaz com o espirituoso, separo o joio do trigo.

Alguns tem o mesmo status.
Poucos o seu humanismo.
Comparando o eficiente com o imprescindível,
separo o joio do trigo

Pensamento rápido, humor ácido,
inteligente, satírico.
Comparando o bobo com o agradável,
separo o joio do trigo

Aproximo-me de gente assim,
que constrói com boniteza seu próprio destino
Olho para o lado e sorrio. Separei bem o joio do trigo.

20 de ago. de 2011

Aquela que vem do mar




No meu dicionário
amizade
começa com a letra M.
Digo
e repito:
- com M, não m.
Nosso carinho fraternal é maiúsculo.
Substantivo próprio.
Único.

A epifania sentida
ao se aproximar de sua energia (ria!)
contagia.
Impressiona aqueles que acostumados com formalidades
esquecem que o grande barato da vida
é dançar com ousadia
brincar com euforia
conviver com simpatia.

Esta meNina sente a vida
As vezes com excessos, as vezes não
Que importa?
Viver é tomar partido
E isso tu fazes com maestria.

Tu és sentimento, emoção
não razão.
Coração largo que abriga quem se aproxima
Obrigado por existir Marina!


3 de ago. de 2011

Movimentos


“Nesse happening eu chegava de carro e descia com uma pasta de executivo. Eu havia preparado uma parede no fundo da galeria e, por trás dela, tinha deixado uma frase pronta e um recorte fotográfico de dois olhos muito severos olhando para a frente. Eu abria a pasta e tirava uma máquina de furar. Desenhava um ponto a 80cm do chão e escrevia ‘Olhe aqui’. As pessoas se abaixavam e olhavam pelo buraco. Lá dentro estava escrito: ‘O que é que você está fazendo nessa posição ridícula, olhando por um buraquinho, incapaz de olhar à sua volta, alheio a tudo o que está acontecendo?”

Carlos Vergara sobre a inauguração da Galeria G4, na Rua Dias da Rocha, em Copacabana. Abril de 1966.

2 de ago. de 2011

Você bate palma e não sabe o porquê




Aqui estão os soldados.
Oferecem sopa e carne
para que ninguém pergunte,
no fragor da batalha,
porque eles vão à guerra.
(Bertolt Brecht)