25 de mai. de 2015

A dança

Dançamos.

Movimentos curvilíneos
macios e vagarosos
surgiam de forma descompassada.

Sem pressa,
nos envolvíamos numa coreografia
nunca antes ensaiada.

O clima sobrepondo o desejo,
o que explica a ausência de beijos.
Assim, preserva-se o ritmo.

Olhares insinuantes
ou elogios decorados
tornavam-se desnecessários.

Cada toque, um aperto
O abraço vinha do arrepio.

A banda composta de atores
cantava um soneto
e nós
bailando na platéia
tácitos,
em um contínuo
entrelaçar de dedos.