27 de jul. de 2012

Breu

Uma vez
quis entender
porque o escuro para as pessoas
é um não-querer.
Se um dia inventaram
que o branco simboliza o que é bom
e preto, o mau
fica fácil entender
porque a degradação do negro em nossa sociedade
é algo tão banal.
Mas o foco dessa poesia é o breu que se apresenta
antes de cairmos nos braços de Morfeu.
A insegurança e a melancolia
que angustia
se dão no apagar das luzes,
pois é o momento em que
mesmo de olhos abertos
só vemos nosso interior.
Numa sociedade
em que a inércia impera
perante a miséria
a culpa é o que resta. 
E, assim, o escuro é o que se detesta.